A ópera “O Imperador de Atlântida ou a recusa da Morte em matar”, composta por Viktor Ullmann, é uma obra que sobreviveu ao holocausto: destino diferente do seu autor, que foi executado em uma câmara de gás de Auschwitz em 1944. Escrita dentro do campo de concentração de Theresienstadt, a ópera faz uma crítica ao regime nazista alemão da segunda guerra e se insere em um contexto histórico recente e atual, utilizando a música como instrumento para promover reflexão sobre a violência e discriminação. Um dos pontos fortes da ópera também revela os abusos causados por Hitler, principalmente o genocídio do povo judeu, dos negros e dos homossexuais.
No enredo, a Morte se confronta com o ‘Imperador Sobretodos’, que acredita ter o poder de criar e destruir ilimitadamente. Porém, a Morte se recusa a trabalhar para ele, negando ao mesmo e à humanidade o direito ao descanso eterno, congelando o tempo em uma era de dor e sofrimento até que o próprio Imperador aceite ser o primeiro ser humano a morrer e restabelecer o curso natural das coisas.
A ópera teve sua estreia brasiliense em 2014 e nesta nova temporada recebe uma versão em português que irá circular pelo Plano Piloto, Ceilândia e Gama. A montagem conta com o barítono brasileiro radicado na Alemanha Marlon Maia como o ‘Imperador’ e o baixo alemão Tobias Hagge como a ‘Morte’. A Orquestra de Câmara estará sob a regência do maestro Gustavo Koberstein e a direção de cena é de Francisco Frias.
A exposição que acompanha a ópera "O Imperador de Atlântida", busca homenagear pessoas que se dedicaram de diferentes formas a amenizar a crueldade vivida durante os horrores do Regime Nazista. Entre os homenageados estão Anita Lasker-Wallfisch, Irena Sendler, Oskar Schindler, Sir. Nicholas Winton e Viktor Ulmann, autor da ópera.
A exposição reflete uma percepção que testa os limites entre resistência e cooperação no exercício do pensar, chamando a atenção do público para a responsabilidade que temos na criação, alteração e manutenção do mundo em que vivemos, por meio de ações individuais e coletivas.
Ao enfatizar que em 2018, debater questões como o preconceito racial, liberdade de gênero e intolerância política são fundamentais para que possamos formar uma sociedade igualitária, embasada no respeito às diferenças, e fazer reparações históricas imprescindíveis.
A exposição ficará disponível para visitação durante a semana em que a ópera estiver sendo apresentada nos respectivos locais dos teatros. O projeto é realizado com recursos do Fundo de Apoio à Cultura do Distrito Federal.
Elenco
Imperador Sobretodos: Marlon Maia
A Morte: Tobias Hagge
Arlequim: Roney Calazans
Percussionista: Janette Dornellas
Um Soldado: Francisco Bento Júnior
Melindrosa: Aida Kellen
Arauto: Gustavo Rocha
Orquestra de Câmara sob a regência do maestro Gustavo Koberstein
Ficha Técnica
Direção de Cena: Francisco Frias
Assistente de Direção Cênica: Hyandra Ello
Figurinos: Francisco Frias
Cenografia: Hyandra Ello
Iluminação: Emmanuel Queiroz
Produção: Hugo Lemos
Dias 15 e 16 de setembro às 19h
Teatro da Escola de Música de Brasília (SGAS 602)
Ingressos: R$ 20,00 a inteira e R$ 10,00 a meia
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Dias 22 e 23 de setembro às 19h
Teatro Newton Rossi, SESC Ceilândia (QNN 27)
Entrada Franca
Dias 29 e 30 de setembro às 19h
Teatro Paulo Gracindo, SESC Gama (SIND QI 1)
Entrada Franca
Espetáculo sem fins lucrativos
Ópera original em alemão adaptada para português
Classificação indicativa: 12 anos